Nas praças, parques e canteiros das cidades é comum ver mudas de árvores enfezadas, raquíticas, com algumas folhas e aspecto de sofrimento. Embaixo dela, uma densa e vigorosa cobertura da grama-esmeralda (Zoysia japonica), uma espécie de grama chinesa e japonesa difundida a partir dos anos 1970 e que é a mais popular atualmente.
Nossa experiência tem mostrado uma clara correlação entre as duas situações. A grama esmeralda é uma forração muito agressiva, de sistema radicular fibroso, amplo, formando uma verdadeira camada de vedação ao solo, com cerca de 15 a 20 cm de biomassa. Muito eficiente na captação de água e nutrientes, essa grama praticamente rouba a nutrição e hidratação das mudas de árvores na camada superficial do solo, deixando-a em estado de inanição, e não a deixando ganhar força para suas raízes alcançarem camadas mais profundas, que a fariam crescer e escapar da concorrência do gramado.
Associado a isso, ainda existe um efeito colateral, o corte do gramado com roçadeira que invariavelmente arranca a casca do tronco da muda em forma de anel (anelamento) e a sufoca, matando-a ou a enfezando mais. Alguns preferem fazer a remoção da grama em volta com enxada, uma atitude péssima para a muda de árvore, já que arranca e lesa suas raízes superficiais, as mais importantes para a nutrição da jovem árvore, além de ressecar o solo ainda mais pela sua total exposição.
Se vai plantar árvores e quer vê-las crescer saudáveis, fuja da grama esmeralda. Embaixo da árvore vão bem forrações como vedélia, grama amendoim, lantanas e outras. Se quiser gramado, tem espécies que aparentemente competem menos com as árvores, como a batatais e a são carlos, ambas nativas.
Ricardo Cardim
Fonte: Árvores de São Paulo
Fonte: Árvores de São Paulo
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